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30.10.16

Uma PEC no caminho

(Paródia sobre a PEC 241 que assola o País)




"É pau
É PEC
É o fim do caminho
É um resto de voto
É um povo sozinho

É a noite, é o corte, é o jantar, é a ladeira
É peroba do campo, na cara de madeira

São as águas de Temer
Afogando a nação
É a promessa de morte
Pra educação

É um abutre na casa,
É o povo na lama,
É o rico mandando,
É o pobre sem janta..

são as águas de outubro fechando o invernão. e a promessa de temer assombrando o povão

É o golpe de Temer, é Marcela de azul, é o povo todinho tomando no cu.

São as merdas de outubro abrindo o verão
É paulada no povo sem dó, nem perdão

É treta
É Temer
Se achando o patrão
Mas o povo é que manda
Sai daqui, charlatão

É o golpe,
É a pec,
É a Marcela de Dama.
É o fim da sangria, é um drama, é um drama.

"É pau
É PEC
É o fim do caminho
É um resto de voto
É um povo sozinho

É a noite, é o corte, é o jantar, é a ladeira
É peroba do campo, na cara de madeira

São as águas de Temer
Afogando a nação
É a promessa de morte
Pra educação

É um abutre na casa,
É o povo na lama,
É o rico mandando,
É o pobre sem janta..

são as águas de outubro fechando o invernão. e a promessa de temer assombrando o povão

É o golpe de Temer, é Marcela de azul, é o povo todinho tomando no cu.

São as merdas de outubro abrindo o verão
É paulada no povo sem dó, nem perdão

É treta
É Temer
Se achando o patrão
Mas o povo é que manda
Sai daqui, charlatão

É um caco de vidro,
É o pulso cortado
É o suicídio
É a noite, é a morte, é o laço, é a forca.

São os golpes de agosto ferrando o povão,
E as promessas que tinham, eles jamais farão

Pau...
PEC...
Fim...
Caminho...
Resto...
Voto...
Povo...
Sozinho...

Fonte:
Grupo PROFESSORES UNIDOS, postado por Drijander Assis (30/10/16)


29.10.16

Trem-bala (Ana Vilela) - Cover - ProAlex

Trem-bala (Ana Vilela) - Cover - ProAlex
Link: https://youtu.be/Fsj9bEXNm4M
Acompanhe aqui a letra e cifra desta linda música.
(Tom original: Lá maior, transposto para C maior)

LETRA DA MÚSICA TREM BALA:

Não é sobre ter todas as pessoas do mundo pra si
É sobre saber que em algum lugar alguém zela por ti
É sobre cantar e poder escutar mais do que a própria voz
É sobre dançar na chuva de vida que cai sobre nós
É saber se sentir infinito num universo tão vasto e bonito
É saber sonhar
Então fazer valer a pena cada verso daquele poema sobre acreditar
Não é sobre chegar no topo do mundo e saber que venceu
É sobre escalar e sentir que o caminho te fortaleceu
É sobre ser abrigo e ter morado em outros corações
É assim ter amigos contigo em todas as situações
A gente não pode ter tudo, qual seria a graça do mundo se fosse assim?
Por isso eu prefiro sorrisos e os presentes que a vida trouxe pra perto de mim
Não é sobre tudo o que seu dinheiro é capaz de comprar e sim sobre cada momento sorriso a se compartilhar
Também não é sobre correr contra o tempo pra ter sempre mais
porque quanto menos se espera a vida já ficou pra traz
Segura teu filho no colo
Sorria e abrace seus pais enquanto estão aqui
Que a vida é trem bala parceiro e a gente é só passageiro prestes a partir

27.10.16

Sites e Aplicativos para Professores

Desygner

Desygner é uma ferramenta colaborativa de Desygner com milhares de templates prontos para usar, que podem ser alterados, publicados e impressos...

Link: https://desygner.com/pt/

Trello

Link: https://trello.com/

Trello é a maneira gratuita, flexível e visual de organizar tudo, com quem quiser.
Livre-se das longas trocas de e-mails, planilhas desatualizadas, notas adesivas que não colam mais e software complicado para gestão de projetos. O Trello deixa você visualizar todo o projeto em um só lugar.

Plickers

Link: https://plickers.com/

Plickers é uma ferramenta poderosa simples que permite aos professores recolherem dados de avaliação formativa em tempo real sem a necessidade de dispositivos de alunos.

Spaces


O Google anunciou hoje o Spaces, um novo aplicativo que chega para Android e iOS e permite compartilhar artigos, videos e imagens de forma mais simples, sem a necessidade de alternar entre apps.
“Nós queríamos construir uma melhor experiência de compartilhamento de grupo, então fizemos um novo aplicativo chamado Spaces que permite reunir pessoas e instantaneamente compartilhar em torno de qualquer tema”, disse o buscador em seu blog oficial.
Com foco em evitar que o usuário tenha que recorrer ao copiar e colar para compartilhar conteúdo, o Spaces integra o Google Search, YouTube e Chrome para facilitar o processo, além de uma pesquisa integrada.
Porém, o Google não explicou como o Spaces vai trabalhar com o Hangouts e Google+, ou se terá alguma integração com os chats privados que começam a chegar dentro do app do YouTube.


FONTE
Acesso em: 27 de Outubro de 2016

Padlet

Link: https://pt-br.padlet.com/

Padlet é um aplicativo de Internet que permite que as pessoas expressem seus pensamentos sobre um tema comum facilmente. Ele funciona como uma folha de papel on-line onde as pessoas podem colocar qualquer conteúdo (por exemplo, imagens, vídeos, documentos de texto) em qualquer lugar da página, junto com qualquer um, de qualquer dispositivo.

FONTE
Acesso em: 27 de outubro de 2016

English Central

Link: http://pt.englishcentral.com/videos

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Halloween - Dia das Bruxas


Introdução

O Halloween é uma festa comemorativa celebrada todo ano no dia 31 de outubro, véspera do dia de Todos os Santos. Ela é realizada em grande parte dos países ocidentais, porém é mais representativa nos Estados Unidos. Neste país, levada pelos imigrantes irlandeses, ela chegou em meados do século XIX.

História do Dia das Bruxas

história desta data comemorativa tem mais de 2500 anos. Surgiu entre o povo celta, que acreditavam que no último dia do verão (31 de outubro), os espíritos saiam dos cemitérios para tomar posse dos corpos dos vivos. Para assustar estes fantasmas, os celtas colocavam, nas casas, objetos assustadores como, por exemplo, caveiras, ossos decorados, abóboras enfeitadas entre outros.

Por ser uma festa pagã foi condenada na Europa durante a Idade Média, quando passou a ser chamada de Dia das Bruxas. Aqueles que comemoravam esta data eram perseguidos e condenados à fogueira pela Inquisição.

Com o objetivo de diminuir as influências pagãs na Europa Medieval, a Igreja cristianizou a festa, criando o Dia de Finados (2 de novembro).

Símbolos e Tradições

Esta festa, por estar relacionada em sua origem à morte, resgata elementos e figuras assustadoras. São símbolos comuns desta festa: fantasmas, bruxas, zumbis, caveiras, monstros, gatos negros e até personagens como Drácula e Frankestein.

As crianças também participam desta festa. Com a ajuda dos pais, usam fantasias assustadoras e partem de porta em porta na vizinhança, onde soltam a frase “doçura ou travessura”. Felizes, terminam a noite do 31 de outubro, com sacos cheios de guloseimas, balas, chocolates e doces.

Halloween no Brasil

No Brasil a comemoração desta data é recente. Chegou ao nosso país através da grande influência da cultura americana, principalmente vinda pela televisão. Os cursos de língua inglesa também colaboram para a propagação da festa em território nacional, pois valorização e comemoram esta data com seus alunos: uma forma de vivenciar com os estudantes a cultura norte-americana.

Críticas

Muitos brasileiros defendem que a data nada tem a ver com nossa cultura e, portanto, deveria ser deixada de lado. Argumentam que o Brasil tem um rico folclore que deveria ser mais valorizado. Para tanto, foi criado pelo governo, em 2005, o Dia do Saci (comemorado também em 31 de outubro).

A comemoração da data também recebe fortes críticas dos setores religiosos, principalmente das religiões cristãs. O argumento é que a festa de origem pagã dissemina, principalmente entre crianças e jovens, ideias e imagens que não correspondem aos princípios e valores cristãos. De acordo ainda com estes religiosos, as imagens valorizadas no Halloween são negativas e contrárias à pratica do bem.

Tags: História do Dia das Bruxas, tradições e símbolos do halloween, tradições, origem da festa, significados, Halloween no Brasil, comemoração, dia 31 de outubro, críticas.

FONTE; 
Disponível em:
Acesso em: 27 de Outubro de 2016

Temas Relacionados
Bibliografia Indicada

- Desmascarando o Halloween 
  Autor: Manoel, Batista, PB
  Editora: Biblioteca 24 horas
  Temas: Religião, Crenças

- Halloween - veneno com gosto de festa 
  Autor: Santos, Vacilius
  Editora: Naos
  Temas: Religião, Cristianismo

Saiba mais:


15.10.16

Suas próprias palavras - Proalex


Dia dos Professores - ProAlex

Desde pequeno, meus pais, Maria e José, me ensinaram o respeito ao próximo, a boa convivência. Compartilharam comigo suas vivências, conhecimentos e experiências. Aprendi muito do que sei e sou em família, com meus pais e irmãos e irmã. Graças a Deus, em família, fui preparado para chegar na escola e ajudar os colegas, para respeitá-los, para não ofender ninguém, para ser educado com todos, para não fazer qualquer coisa sem a permissão do professor. Claro que meus pais não me orientavam a todo momento como proceder dentro da sala de aula, mas pela forma como eu era educado em casa eu já sabia como devia me comportar em qualquer ambiente. No meu primeiro dia de aula na escola pública, na primeira série, a professora Marluce perguntou o que eu e todos os colegas queríamos ser quando crescêssemos e por quê. Respondi que gostaria de ser bombeiro para salvar vidas. O tempo passou. A vida me trouxe novas experiências e transformações pessoais. Até a idade adulta, nunca tinha pensado em ser professor, mas foi isso que aconteceu, esta foi a minha escolha. E a escolhi não pelo prestígio que ela tem na sociedade, pois este já se perdeu há muito tempo, mas por saber que, através dela, de uma forma não tão direta como faz um bombeiro, salvo vidas; ou pelo menos, ajudo a preservá-las. É uma forma encontrada de ser um agente transformador da sociedade, uma ponte entre o conhecimento e a aprendizagem; de modo que hajam pessoas melhores e mais felizes no mundo. Essa foi e é uma das coisas que mais me fazem feliz, essa é minha missão. Mas, se hoje sou professor, devo muito a minha família, aos meus amigos e  a todos os professores que me apoiaram e apoiam até hoje.
Antes de terminar, gostaria de dizer que, se por um lado me sinto muito feliz, por outro, também trago escondida no peito uma tristeza, mas uma tristeza daquelas bem tristes mesmo. Vejo que, em muitos casos, a família não é mais uma referência para a educação dos filhos. Muitos pais, por diversos motivos, não os educam em casa e não se importam a não ser, e quando se importam, com a alimentação e a roupa que lhes darão, tratando-os, como verdadeiros bichinhos de estimação. Não se preocupam com o futuro que os filhos terão, deixando-os à mercê das "oportunidades" que a vida há de apresentar-lhes. E veja que, eu acredito na transformação; mas naquela que vem, principalmente, de baixo, da classe trabalhadora, das famílias, dos pais e de cada um de nós. Se quisermos mudar as nossas vidas, se quisermos mudar a nossa escola pra melhor, o nosso bairro, ou qualquer outra coisa, precisamos fazer alguma coisa. Precisamos agir, fazendo escolhas conscientes; sem deixar que tudo fique sob a responsabilidade dos outros. Não basta só reclamar e ficar esperando e acreditar que a prioridade, por exemplo, dos governantes seja melhorar a vida de quem tem menos educação, menos saúde. Cada um tem que fazer a sua parte, e o que os poderosos fizerem será "lucro". Mas o pior de tudo é ver e ouvir pais e muitos alunos fazerem justamente apenas isto: reclamar, reclamar, só reclamar. E esta é uma das coisas mais tristes para um professor!...
Enfim, este, assim como todos os dias na vida de um professor, é um dia para ser feliz, refletir sobre a vida e agradecer a Deus por cada nova oportunidade que temos de ensinar e aprender. Portanto, vamos nos alegrar. Que Deus te abençoe, que abençoe a todos os professores, pais e alunos. E que as famílias entendam que os professores estão do seu lado na educação dos filhos!...

FELIZ DIA DO PROFESSOR!...

Para conhecer um pouquinho do meu trabalho além da sala de aula, acesse: Canal ProAlex no YouTube

12.10.16

Feliz dia das crianças - ProAlex

Olá amigo(a)!
Neste dia especial, desejo a todos muito amor, alegria e paz!
Que Deus abençoe você e todas as crianças do mundo!...
Amém!...

9.10.16

Cebolinha em: ProAlex no Youtube! (Compartilhe)


Educação de Qualidade - ProAlex

Olá amigo(a)!
Se você é a favor de uma Educação de qualidade na escola, e quiser me ajudar a divulgar essa Capa para o Facebook, por favor, é só compartilhar. Você pode baixá-la e colocá-la no seu perfil também, ao menos por alguns minutos. Faça isso!
Obrigado e bons estudos!...

#degraçarecebestes_degraçadai

1.10.16

"É primavera! Te amo!..."
Um ano e seis meses de pura alegria!
Que Deus abençoe cada vez mais, Lucas!...

O Vergalho

Tais eram as reflexões que eu vinha fazendo, por
aquele Valongo fora, logo depois de ver e ajustar
a casa. Interrompeu-mas um ajuntamento; era um preto que vergalhava outro na praça. O outro não se
atrevia a fugir; gemia somente estas únicas palavras: – "Não, perdão, meu senhor; meu senhor, perdão!" Mas
o primeiro não fazia caso, e, a cada súplica, respondia com uma vergalhada nova.
– Toma, diabo! dizia ele; toma mais perdão, bêbado!
– Meu senhor! gemia o outro.
– Cala a boca, besta! replicava o vergalho.
Parei, olhei... justos céus! Quem havia de ser o do vergalho? Nada menos que o meu moleque
Prudêncio – o que meu pai libertara alguns anos antes. Cheguei-me; ele deteve-se logo e pediu-me a bênção;
perguntei-lhe se aquele preto era escravo dele.
– E, sim, nhonhô.
– Fez-te alguma coisa?
– É um vadio e um bêbado muito grande. Ainda hoje deixei ele na quitanda, enquanto eu ia lá
embaixo na cidade, e ele deixou a quitanda para ir na venda beber.
– Está bom, perdoa-lhe, disse eu.
– Pois não, nhonhô manda, não pede. Entra para casa, bêbado!
Saí do grupo, que me olhava espantado e cochichava as suas conjeturas. Segui caminho, a cavar cá
dentro uma infinidade de reflexões, que sinto haver inteiramente perdido; aliás, seria matéria para um bom
capítulo, e talvez alegre. Eu gosto dos capítulos alegres; é o meu fraco. Exteriormente, era torvo o episódio
do Valongo; mas só exteriormente. Logo que meti mais dentro a faca do raciocínio achei-lhe um miolo gaiato,
fino e até profundo. Era um modo que o Prudêncio tinha de se desfazer das pancadas recebidas, –
transmitindo-as a outro. Eu, em criança, montava-o, punha-lhe um freio na boca, e desancava-o sem
compaixão; ele gemia e sofria. Agora, porém, que era livre, dispunha de si mesmo, dos braços, das pernas,
podia trabalhar, folgar, dormir, desagrilhoado da antiga condição, agora é que ele se desbancava: comprou um
escravo, e ia-lhe pagando, com alto juro, as quantias que de mim recebera. Vejam as sutilezas do maroto!

MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS - CAPÍTULO 68

Machado de Assis


Diálogo pós-morte

- Alô ?
- Sim.
- Maria ?
- É ela mesma, quem fala ?
- É o José...
- Ah, sim, tudo bem ? Que que aconteceu ? Tá com a voz estranha...
- Eu estou bem sim, mas...não sei como te falar isso...
- Ora, fale logo! Está me deixando preocupada !
- O Joaquim...teu irmão...faleceu essa madrugada...
- Ah meu Deus...
- Ele morreu dormindo, não sentiu nada. Não se preocupe
- ...
- De manhã quando acordamos, não vimos ele lendo o jornal. Estranhamos e fomos ao quarto ver o que havia acontecido. Ele estava deitado, meio encolhido. Parecia mais calmo que nunca.
- Meu Deus...Não nos falávamos há anos ! Vocês já sabem como ou porquê aconteceu ?
- Disseram que o coração parou. Só isso.
- Meu Deus...
- Ele viveu bem. Não passou sequer uma semana doente. Não sofreu. Morreu dormindo. Eu mataria para morrer dormindo e sem sofrer como ele...
- Sim, ao menos isso...morreu dum jeito bom, se é que isso existe.
- O velório será naquele cemitério que o vô de vocês tá enterrado. Nunca lembro o nome daquele lugar.
- Ah, sei onde é.
- Vai ser amanhã às nove da noite.
- Às nove da noite ?
- Sim...
- Não tem como ser mais cedo ?
- Não, aparentemente muita gente morreu e os horários estão reservados.
- Até quando você morre tem que ficar na fila ! Esse mundo...
- É...
- Mas olhe, aquela lanchonete de lá fica aberta até essas horas ?
- Acho que sim.
- Que bom, não agüento essas coisas sem tomar um cafézinho. Sabe como é...
- Sei sim. Então você vai ?
- Acho que sim, tenho que ver se arranjo alguém pra gravar a novela para mim, senão não sei como farei...
- Ah, entendo...
- Até amanhã, filho. Você serviu meu irmão muito bem todos esses anos. Deixou de ser caseiro e virou um irmão. Obrigado.
- Magina, não fiz mais que minha obrigação. Até amanhã

(Desligam os telefones)

- Maldita velha hipócrita...


Inimigos


“O apelido de Maria Tereza, para Norberto, era ‘Quequinha’. Depois do casamento, sempre que queria contar para os outros uma de sua mulher, o Norberto pegava na sua mão, carinhosamente, e começava:
- Pois a Quequinha...
E a Quequinha, dengosa, protestava:
 -Ora, Beto!
Com o passar do tempo o Norberto deixou de chamar a Maria Tereza de Quequinha. Se ela estivesse ao seu lado e ele quisesse se referir a ela, dizia:
-A mulher aqui...
Ou, ás vezes:
-Esta mulherzinha...
Mas nunca mais Quequinha. (O tempo, o tempo. O amor tem mil inimigos, mas o pior deles é o tempo. O tempo ataca o silêncio. O tempo usa armas químicas.) Com o tempo, Norberto passou a tratar a mulher por Ela.
-Ela odeia o Charles Brason.
-Ah, não gosto mesmo.
Deve-se dizer que o Norberto, a esta altura, embora a chama-se de Ela, ainda usava um vago gesto de mão para indicá-la. Pior foi quando passou a dizer ‘essa ai’ e a apontava com o queixo.
- Essa ai...
E apontava com o queixo, até curvando a boca com um certo desdém. (O tempo, o tempo. Tempo captura o amor e não o mata na hora. Vai tirando uma asa, depois cura) Hoje, quando quer contar alguma coisa da mulher, O Norberto nem olha na direção. Faz um meneio de lado com a cabeça e diz:
- Aquilo...”


VERÍSSIMO, Luis Fernando. Novas comédias da vida privada. Porto Alegre: L&PM, 1996.

O Melhor Amigo – crônica de Fernando Sabino


A mãe estava na sala, costurando. O menino abriu a porta da rua, meio ressabiado, arriscou um passo para dentro e mediu cautelosamente a distância. Como a mãe não se voltasse para vê-lo, deu uma corridinha em direção de seu quarto.
– Meu filho? – gritou ela.
– O que é – respondeu, com o ar mais natural que lhe foi possível.
– Que é que você está carregando aí?
Como podia ter visto alguma coisa, se nem levantara a cabeça? Sentindo-se perdido,tentou ainda ganhar tempo.
– Eu? Nada…
– Está sim. Você entrou carregando uma coisa.
Pronto: estava descoberto. Não adiantava negar – o jeito era procurar comovê-la.Veio caminhando desconsolado até a sala, mostrou à mãe o que estava carregando:
– Olha aí, mamãe: é um filhote…
Seus olhos súplices aguardavam a decisão.
– Um filhote? Onde é que você arranjou isso?
– Achei na rua. Tão bonitinho, não é, mamãe?
Sabia que não adiantava: ela já chamava o filhote de isso. Insistiu ainda:
– Deve estar com fome, olha só a carinha que ele faz.
– Trate de levar embora esse cachorro agora mesmo!
– Ah, mamãe… – já compondo uma cara de choro.
– Tem dez minutos para botar esse bicho na rua. Já disse que não quero animais aqui em casa. Tanta coisa para cuidar, Deus me livre de ainda inventar uma amolação dessas.
O menino tentou enxugar uma lágrima, não havia lágrima. Voltou para o quarto, emburrado:
A gente também não tem nenhum direito nesta casa – pensava. Um dia ainda faço um estrago louco. Meu único amigo, enxotado desta maneira!
– Que diabo também, nesta casa tudo é proibido! – gritou, lá do quarto, e ficou
esperando a reação da mãe.
– Dez minutos – repetiu ela, com firmeza.
– Todo mundo tem cachorro, só eu que não tenho.
– Você não é todo mundo.
– Também, de hoje em diante eu não estudo mais, não vou mais ao colégio, não
faço mais nada.
– Veremos – limitou-se a mãe, de novo distraída com a sua costura.
– A senhora é ruim mesmo, não tem coração!
– Sua alma, sua palma.
Conhecia bem a mãe, sabia que não haveria apelo: tinha dez minutos para brincar com seu novo amigo, e depois… ao fim de dez minutos, a voz da mãe, inexorável:
– Vamos, chega! Leva esse cachorro embora.
– Ah, mamãe, deixa! – choramingou ainda: – Meu melhor amigo, não tenho mais
ninguém nesta vida.
– E eu? Que bobagem é essa, você não tem sua mãe?
– Mãe e cachorro não é a mesma coisa.
– Deixa de conversa: obedece sua mãe.
Ele saiu, e seus olhos prometiam vingança. A mãe chegou a se preocupar: meninos nessa idade, uma injustiça praticada e eles perdem a cabeça, um recalque, complexos, essa coisa.
– Pronto, mamãe!
E exibia-lhe uma nota de vinte e uma de dez: havia vendido seu melhor amigo por trinta dinheiros.
– Eu devia ter pedido cinqüenta, tenho certeza que ele dava murmurou, pensativo.